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Agricultura

Com piora na crise da cooperativa, presidente e diretoria da Piá renunciam aos cargos

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Situação ficou insustentável a partir do atraso do pagamento aos produtores de leite

A diretoria da Piá renunciou aos cargos em reunião no final da manhã. A cooperativa de Nova Petrópolis enfrenta uma crise financeira há anos, que se agravou nos últimos meses. O ápice ocorreu na semana passada, quando atrasou o pagamento dos fornecedores de leite. Sem o principal insumo, a empresa não tem como produzir e, portanto, vender. As prateleiras do supermercado da marca seguiam vazias, o que preocupava ainda mais a comunidade.

Além do presidente Jeferson Smaniotto, saíram o vice-presidente, o secretário-geral e integrantes do conselho de administração. A saída, porém, foi construída nos últimos dias, pois a permanência ficou insustentável com a insatisfação crescente dos associados e da comunidade local. Lembrando que, no final do ano passado, Smaniotto chegou a renunciar à presidência, mas, depois, voltou atrás.

Agora à tarde, foi publicado um edital convocando para uma assembleia no dia 19 de junho para eleger a nova direção da Piá. Presente na reunião na qual ocorreu a renúncia, o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul (Sistema Ocergs), Darci Hartmann, disse à coluna que os novos dirigentes serão associados.

– Isso é certo. Serão pessoas da comunidade, do quadro associativo. Haverá, claro, uma profissionalização para reestruturar a cooperativa.

A Ocergs foi chamada a atuar na Piá há poucas semanas, mas, desde antes, já estava na Languiru, outra cooperativa em crise no Estado.

– A similaridade entre as duas existe. A Piá tem um endividamento menor do que a Languiru, mas deixou a situação chegar a um ponto mais grave, principalmente quando não pagou o produtor – acrescentou Hartmann.

Uma das maiores dificuldades da Piá agora é conseguir crédito no mercado. O risco de inadimplência e a desconfiança com a gestão da cooperativa estavam grandes. A Ocergs espera que a situação melhore com a mudança no comando da cooperativa, que tem 57 anos. A coluna procurou Smaniotto, que não atendeu à ligação ou respondeu as mensagens. A assessoria de imprensa da cooperativa confirmou a renúncia e a convocação da assembleia.

Fonte: GZH

Foto: Reprodução / Piá

MB Notícias

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Agricultura

Embarcação encalhada desde a enchente no RS bloqueia canal de irrigação de lavouras de arroz em fazenda de Triunfo

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Quase seis meses após a pior enchente que já atingiu o Rio Grande do Sul, o produtor rural Edson Sacco enfrenta um novo obstáculo: uma embarcação de 77 metros de comprimento encalhou em sua fazenda, bloqueando o canal de irrigação de suas lavouras de arroz.

Localizada na área rural de Passo Raso, no município de Triunfo, a 50 quilômetros de Porto Alegre, a propriedade de 500 hectares foi devastada pelas inundações no auge da colheita no mês de maio. Agora, a presença inesperada do barco ameaça comprometer ainda mais a produção.

“Deu uns R$ 4 milhões de prejuízo a enchente, e agora mais esse barco aí. Eu estava na metade da colheita e foi perda de tudo, não sobrou nada”, lamenta Sacco .
A correnteza do rio Jacuí havia arrastado a embarcação até o canal de irrigação, bloqueando completamente a passagem da água. Segundo o produtor, a falta de irrigação adequada, causada pelo bloqueio, pode inviabilizar o plantio de arroz na nova safra: “se faltar água, fica inviável”.

Na tragédia climática de maio, Sacco estava fora do estado, em Santa Catarina, para um procedimento médico. Ao retornar, de lancha, ele percebeu que a situação era muito pior do que apenas as perdas na lavoura.

O advogado Daniel Feliciani, responsável pela defesa do proprietário da fazenda, disse que notificou todos os órgãos federais, estaduais, municipais, Ibama, FEPAM, a própria prefeitura, a Marinha do Brasil.

“(Estamos) providenciando uma abertura pela lateral aqui do fluxo d’água para que essa água chegue na lavoura, para poder irrigar a lavoura”, comenta Feliciani.
A embarcação, usada para transportar minério, estava em reparos em um estaleiro da região quando foi levada pela enchente. Até o momento, uma tentativa de remover a estrutura fracassou, e o bloqueio permanece. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) encaminhou o caso à Marinha, responsável pela segurança nas hidrovias e prevenção de poluição ambiental.

Enquanto isso, Sacco aguarda uma solução que possa evitar ainda mais prejuízos em uma safra que já foi quase totalmente perdida.

A reportagem tentou contato com os donos da embarcação e do estaleiro, mas não obteve retorno. A Prefeitura de Triunfo confirmou que realizou uma vistoria no local, mas não deu mais detalhes sobre o caso.

FONTE: G1 Por Observador Regional

Foto: Reprodução/ RBS TV

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Agricultura

Em nove meses, 6,5 toneladas de agrotóxicos ilegais foram apreendidas nas rodovias gaúchas

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Escondida no porta-malas, assoalho e banco traseiro de um Etios, uma carga de aproximadamente meia tonelada de agrotóxicos clandestinos foi apreendida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-480, em Erechim, no dia 16 de setembro. Duas semanas depois, 500 litros de herbicidas irregulares foram encontrados em Cruz Alta. Dois homens foram presos nas ações por contrabando.

Nos primeiros nove meses de 2024, 6,5 toneladas de agrotóxicos ilegais foram apreendidas em 13 abordagens nas rodovias federais do RS. Os dados da PRF representem redução de 43% em relação a 2023 (veja gráfico abaixo). Mas o volume apreendido ainda é considerado expressivo pelas autoridades.

Vindos de diferentes destinos e percorrendo diversas rotas pelo Estado, os herbicidas clandestinos representam riscos à saúde do consumidor, ao meio ambiente, prejudicam a economia local e ajudam a financiar o crime organizado. O chefe da Comunicação Social da PRF do Estado, Felipe Barth, destaca que os produtos geralmente vêm de países vizinhos como Argentina e Uruguai pelas zonas fronteiriças.

De carros pequenos, como Uno, a carretas de grande porte, os contrabandistas desafiam as autoridades transportando substâncias de procedência indefinida em galões nos porta-malas, sob estofados ou em meio a outros tipos de cargas. Barth pontua que muitos motoristas também são barrados ao levar os produtos do RS para Santa Catarina, que também serve como ponto de acesso aos países vizinhos.

A PRF aponta que as BR-116 e BR-290 são dois dos principais caminhos usados pelos criminosos, mas reitera que o contrabando de agrotóxicos não tem rota definida, justamente para despistar e dificultar o trabalho das forças de segurança.

O que mobiliza o contrabando

Em 2022, o RS alcançou o pico de apreensões nas estradas, saltando de 5,3 toneladas em 2021, para 51,2 toneladas no ano seguinte. Já em 2023, reduziu para 14,2 toneladas e seguiu diminuindo até chegar ao patamar atual. Barth explica que essas oscilações podem estar relacionadas a fatores econômicos e políticos.

— Toda vez que ocorre alguma situação de guerra, que faz aumentar o preço dos agrotóxicos fora do país, aumenta o contrabando, assim como descaminho. O mesmo acontece quando tem a proibição da venda de alguma substância — sublinha Barth.

Um exemplo disso é o herbicida Paraquat que, segundo a PRF, é um dos que mais aparecem nas apreensões. O produto costumava ser usado nas lavouras para combater plantas daninhas que são resistentes ao composto químico glifosato. Contudo, em 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concluiu estudos que apontavam o Paraquat como causador da doença de Parkinson entre agricultores, e proibiu seu uso.

Crime organizado

A PRF pontua que o fato de os agrotóxicos chegarem ao RS vindos de outros países denota a existência de uma rede internacional de contrabando, o que exige recursos.

— É importante salientar que o contrabando de agrotóxicos é muito complexo porque requer uma rede de contatos dentro e fora do país. As facções criminosas utilizam esse tipo de crime para se monetizar, assim como o tráfico de drogas e o descaminho de bebidas — afirma o chefe de comunicação da PRF.

Barth aponta também que há a possibilidade de existir subnotificação dos casos, uma vez que muitas embalagens não têm identificação, e aquelas que têm, podem estar incorretas. Ele comenta que, além de introduzir substâncias ilícitas no país, o contrabando de agrotóxicos também promove a concorrência desleal com as empresas nacionais.

Combate e fiscalização

O Art. 56 da Lei 14.785/2023 caracteriza como crime: produzir, armazenar, transportar, importar, utilizar ou comercializar agrotóxicos, produtos de controle ambiental ou afins não registrados ou não autorizados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) ou pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A pena prevista é de três a nove anos de reclusão e multa. Há ainda outros enquadramentos possíveis como crime ambiental ou contra a saúde pública, por exemplo.

Levantamento da Polícia Federal (PF) aponta que, em 2024, 32 pessoas foram presas e 35 indiciadas por este tipo de crime no RS. Conforme a PF, as apreensões que chegaram a eles somam R$ 7,1 milhões em produtos recolhidos.

A delegacia da PF de Santo Ângelo é a que mais tem inquéritos deste tipo. A Polícia Federal avalia que a extensão da fronteira gaúcha é um dos principais desafios para o combate a este tipo de crime.

— A dificuldade da fronteira também ocorre por ela ser delimitada em grande parte por rios. Nosso Estado, inclusive, é um dos maiores em quilometragem terrestre de fronteira do Brasil — salienta o delegado regional de Polícia Judiciária da PF, Mauro Lima Silveira.

Em junho deste ano, a PF gaúcha cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Chapecó, Santa Catarina. A ofensiva teve como base uma apuração que teve início em 2022, quando, em uma única abordagem, foram apreendidas 10 toneladas de agrotóxicos em um caminhão, na cidade de Barão de Cotegipe, no norte do RS.

A investigação identificou um empresário de Chapecó suspeito de coordenar um esquema internacional de contrabando. Os produtos ilegais eram trazidos da Argentina para a região do Vale do Rio Pardo.

Diálogo com produtores

O papel do Estado no combate ao contrabando de agrotóxicos também passa pelo diálogo e esclarecimento aos produtores sobre os riscos do uso de insumos sem registro. O diretor do Departamento de Defesa Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Ricardo Felicetti, explica que os defensivos agrícolas têm três aspectos testados antes da comercialização:

— Se a gente usa um produto com mais ingrediente ativo, pode induzir mais resistência nas pragas, assim como pode acontecer com um produto com menos ingrediente ativo. Sempre argumentamos com os produtores que não se sabe o que está entrando (no Estado) em matéria de defensivo contrabandeado — sublinha Felicetti.

Riscos à saúde e à economia

Felicetti frisa que o uso de defensivos contrabandeados pode oferecer riscos à saúde dos produtores e ao consumidor final, caso o componente permaneça nos alimentos. Além disso, a detecção em alimentos de substância sem aprovação pelos órgãos federais pode acarretar o fechamento de mercados para o Brasil no Exterior.

— Temos um problema também que o Brasil, em sua vocação internacional de fornecedor de alimentos, tem uma obrigação de admitir ingredientes ativos registrados no país. Se em algum país estrangeiro for detectada uma substância que não esteja registrada nos órgãos de controle, pode ocasionar o fechamento de mercados estrangeiros para o país — esclarece.

Ele finaliza dizendo que o produtor que aplica esse tipo de produto, muitas vezes, não faz ideia de que está, em alguma medida, contribuindo para o fortalecimento do crime organizado.

Fonte: GZH

Foto: PRF

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Agricultura

Colheita do trigo no Rio Grande do Sul deve passar de 4 milhões de toneladas

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A expectativa para a safra 2023/2024 de trigo é de 4,2 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul, em uma área plantada de 1,3 milhão de hectares. Com esse clima de otimismo, a Colheita do Trigo foi aberta oficialmente neste sábado (12) no município de Cruz Alta. O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Clair Kuhn, esteve presente no ato, representando o governador Eduardo Leite.

O trigo é tradicionalmente a cultura de inverno mais semeada no Rio Grande do Sul. Em 2022, o Estado foi o maior produtor do Brasil, com uma produção histórica de 5,7 milhões de toneladas. Em 2023, o estado do Paraná, com 3,6 milhões de toneladas, superou a produção gaúcha de apenas 2,9 milhões de toneladas, devido ao clima adverso enfrentado no solo gaúcho.

O secretário da Agricultura destacou que Cruz Alta é um grande cenário da triticultura do Estado, com a Fenatrigo sendo realizada no município, e se destaca na produção do cereal. “Ano passado o plantio do trigo apresentou algumas dificuldades, depois de uma grande safra em 2022, e agora espera-se novamente uma boa safra com mais de 4 milhões de toneladas. O trigo é, numa rotação de cultura e plantio de inverno, o cereal mais plantado no Rio Grande do Sul”, afirmou.

De acordo com a Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria de Trigo), a moagem no Rio Grande do Sul chegou a 2,17 milhões de toneladas no ano de 2023 em 38 moinhos ativos (17% da moagem nacional).

A prefeita de Cruz Alta, Paula Librelotto, destacou o compromisso da gestão municipal com os produtores rurais. “Nosso papel é não atrapalhar quem produz e buscando melhorar as estradas rurais e a segurança rural. Seguiremos na defesa do que é mais precioso, que são as pessoas. Afinal, a comida que está na mesa da cidade vem das mãos de uma família do campo, que é forte e resiliente”, ressaltou.

Foto: Cassiane Osório/Ascom Seapi

Fonte: O Sul

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